“Seu” Lúcio apareceu na porta da empresa, a alguns dias. Manco, quase cego, magro de dar dó, todo sarnento. Com pouco tempo ganhou o carinho do pessoal aqui e, claro, um nome (confesso que não sei de onde tiraram esse nome). Acho que não preciso falar que “seu” Lúcio é um cão, não sei de que raça, se é que ele tem uma, mas não deixa de ser um cão. No princípio eu até cheguei a ficar com receio de que ele pudesse afastar um pouco os clientes que com medo de serem atacados, não se aproximariam. Mas coitado, “seu” Lúcio estava tão debilitado que mal conseguia abrir a boca para latir…
O pessoal aqui começou a cuidar dele, ou melhor, deram água e restos de comida. Isso tem segurado o bichinho aqui. Ainda que continua com grande parte dos problemas, ele já se acha! Outro dia mesmo tentou atravessar a avenida em frente, muito movimentada por sinal. Resultado: quase foi atropelado, coitado. Voltou, todo trêmulo e assustado. Aqui, bem ou mal, está sendo tratado. Comida boa ou ruim não importa, pelo menos ele a tem todo dia. Na realidade, “seu” Lúcio precisa de um bom veterinário, banho, remédios, toza e boa comida. Além de tratamento para sua cegueira. Mas para ele, acho que já no fim da vida, tudo está bom…
E na igreja, quantos são aqueles que tem a “Síndrome do “seu” Lucas”? Estão cegos, mancos, sarnentos, sujos. Muitas vezes estão tão cegos que nem sequer veem os demais sintomas. Estão cegados pelo orgulho, pela arrogância, pelo desejo de se ter as maiores e melhores bençãos aqui, neste mundo. Estão cegados, algumas vezes, pelas mentiras que lhe são impostas, pelos falsos mestre e falsos profetas. Não querem estar cegos, mas estão. Ah!, tem aqueles também que querem se fazer de cegos para assim cnoduzirem outros cegos. O pecado cega, o orgulho cega, a ambição cega.
E os mancos? Alguns se acham mancos por lutarem com Deus, assim como Jacó, mas na realidade estão mancos pelo pecado. O pecado lhes pesa tanto que nem sequerm conseguem se manter eretos e o peso desce às pernas, que não aguentam. Outros foram feitos mancos por seus líderes, que de tanta cajadada, acabaram se ferindo. Bom, se as cajadadas forem, ao menos, para conduzí-los ao caminho certo, o caminho da salvação em Cristo, eu quero entrar manco no Céu a ir para o inferno perfeito. O duro é acreditar que muitos mancos estão nessa condição por cajadadas erradas, que os conduzem ao engano e à perdição. Misericórdia.
A sarna e a sujeira, na “Síndrome do “seu” Lúcio” é evidente, é (novamente ele) o pecado. Quantos crentes têm se envolvido tanto com este mundo, tomando a forma dele, que carregam consigo as sarnas e a sujeira que este oferece? Quantos líderes, na ância de serem cada vez maiores e melhores têm-se afogado nas entranhas deste mundo perverso, acreditando e pregando valores deturpados, trazendo para o seio da igreja coisas abomináveis a Deus? E o pior, a sarna é transmissível. Se você se aproxima de um animal ou uma pessoa com sarna, passa algum tempo com ele, as chances de ser contaminado são altíssimas. Quantos líderes, ou mesmo irmãos, sem saberem que estão contaminados, tem infectados outros tantos? A situação é complicada.
Tem também aquela classe de crentes que, assim como o cãozinho, se contentam com qualquer coisa que lhes oferecem. Não precisa de qualidade, não precisa ser bom, nem menos precisa de sabor, basta ter algo que lhes encha o estômago, está bom. Ainda que pouco tempo depois vão sentir fome novamente, mas se tem algo, está de bom tamanho. É a famosa história: “tá ruim, mas tá bom”. Não reclamam, não exigem, não discutem, não buscam coisas novas e comida saudável… Se alimentam das sobras, dos restos, do despojo que, em muitas vezes, está estragado.
E o pior! Em alguns casos são tratados, e muito bem tratados, estão revigorando, ganhando forma novamente e do nada acha que estão bons de fato, acham que já podem caminhar com as próprias pernas, que podem atravessar a avenida movimentada. Deixam tudo e vão lá, fazer sua tentativa. Não é difícil quebrarem a cara, serem até mesmo atropelados. Bom é quando, assim como “seu” Lúcio reconhecem que não estão aptos, que não são nada, e voltam. Voltam para os pés de Jesus, para os braços do Pai, para o Refúgio eterno. Péssimo é quando, mesmo atropelados, ainda que em estado convulsivo, querem seguir adiante. Foram curados, lavados, tosados, mas a cegueira persiste. O que será destes?
Glorificado seja Deus pelo fato de que assim como existem bons veterinários para cuidar do “seu” Lucas, Jesus Cristo, nosso Médico, está pronto para nos socorrer e nos curar. Entreguemo-nos em Suas mãos, sabendo sempre que é Ele mesmo quem nos mantém em pé, livres das sarnas deste mundo, clamando sempre por Sua misericórdia para nos curar de toda cegueira. Ele é fiel e nos ajudará, sempre.
Em Cristo Jesus, esperança da Glória,
Danilo Miguel
semforma.blogspot.com
Olá, Danilo, achei o texto bem engraçado e muito edificante. Parabéns!
ResponderExcluirAinda bem, mesmo, que o Senhor Jesus cuida de nós. Se Ele cuida dos animais, por que nos deixaria de lado?
Que o Senhor aperfeiçoe este blog mais e mais, pois tenho certeza de que ele tem edificado a muitos. Deus te abençoe.
Débora, obrigado por visitar este blog e por seus comentários. Graças a Deus por isso!
ResponderExcluirO Senhor seja contigo!
N'Ele,
Danilo Miguel
Sinceramente, os textos postados estão ótimos!
ResponderExcluirConsegui ver o seu "lúcio" no dia-a-dia da igreja...
Uma vez escutei de um Pastor que o grande problema da Igreja não são os crentes arrebentados pelas falsas promessas, falsos pregadores e mestres, mas sim, quando encontram alimento saudável e, depois de muito tempo, se acham bem para andarem com as próprias pernas, mas mal sabem eles que ainda estão doentes e que somente experimentaram a cessação da alastração da doença mas isto em si está muito longe da cura que deve advir da aplicação constante dos tratamentos necessários ao restabelecimento daqueles que se encontrava enfermo...
Seu texto me fez trazer a memória esta passagem que me foi dita a muito tempo atrás... e para falar a verdade, ela continua atual...
Que Deus te abençoe...
Graça e Paz...