28 setembro 2010

Eu vou voltar. Sim, eu voltarei!

Todos que me acompanham ou me acompanharam sabem do tanto que gosto e me dedicava a este blog. Mais que um blog, tenho para mim o Sem Forma! como um ministério. No início do ano fui forçado a parar um pouco com as atualizações, devido compromissos profissionais.

Entretanto, o tempo passou e, ainda que eu tivesse como atualizar o blog, não o fiz! Não por falta de assunto ou de desejo, mas por deixar algumas coisas acontecerem, desenrolar alguns fatos, algumas máscaras cairem enfim, o tempo como sempre é nosso aliado. Quem lê, entenda!

Além disso, uma das coisas que considerei por me afastar tanto tempo foi o fato de ter-me pego, em alguns momentos, vislumbrando um certo estrelismo da minha parte. Não! Não é isso que eu quero, não é isso que eu quis e não é isso que irei desejar. Definitivamente, NÃO! Não sou nada nem ninguém e, aí! de mim se não fosse a misericórdia de Deus em minha vida. Portanto, se tivesse sido necessário até mesmo excluir este blog por este motivo, tenham certeza de que não exitaria um momento sequer quanto a isso. Importa é que Cristo cresça...

Agora preparo  meu retorno ao blog, talvez não mais com a mesma tônica de antes, com alguns ajustes no foco e, principalmente, com novos propósitos. Em breve estaremos juntos novamente. Que o Senhor abençoe cada um de vocês!

09 janeiro 2010

Pra que serve a Igreja?



Ao lermos as Escrituras Sagradas notamos claramente através dos ensinamentos do Mestre e, posteriormente, nos registros e instruções feitas pelos santos apóstolos, o verdadeiro papel da Igreja na Terra. Não vamos esgotar o assunto neste simples texto, mas queremos expor alguns princípios e verdades e confrontar, pela Palavra, algumas mentiras e falsas doutrinas ensinadas nos dias atuais. Que Deus nos conceda graça para crescermos um pouco mais com este estudo e que o Espírito Santo fale ao nosso coração. Este é nossa oração!

O princípio de tudo

“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16:13-18

Diferente do que parece, Jesus não estava querendo saber sua popularidade no meio do povo, nem mesmo estava preocupado se seu “Ibope®” estava alto ou não, mas Ele queria saber aqui testar seus discípulos. Ele sabia exatamente o que passava no coração de cada um, o que cada um pensava a Seu respeito mas acredito que neste momento o Senhor simplesmente os colocou cara a cara com a realidade: “Tanto tempo seguindo este cidadão e quem, de fato, é Ele”, deve ter pensado algum deles. Mas Pedro, impulsivo como todo bom sanguíneo (fala antes de pensar), solta sua maior pérola: “Tú és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16). Aleluia, que momento glorioso! Imagino que naquela hora muitos dos que estavam ali foram até mesmo tomados de temor por, enfim, ser desvendada tão grande verdade. Quanto tempo andando com alguém sem saber que de fato era.

É certo que esta verdade é usada por muitos para validar algumas inverdades como, por exemplo, afirmando que naquele momento Jesus “empossava” o primeiro papa(!). Na realidade sabemos que a pedra sobre a qual a Igreja foi, naquele momento, edificada, não era Pedro (no grego Petros: uma pedra pequena) mas sim a verdade que, pelo Espírito, acabara de lhe ser revelada (“Sobre esta pedra...” no grego petra: uma grande rocha maciça). Não vou me deter nestes detalhes, pois não é esta a intenção deste estudo.

Finalmente estava naquele momento nascendo a Igreja, que mudaria para sempre a história da humanidade. Seja trazendo uma mensagem de salvação ou até mesmo pelas muitas guerras e mortes ocasionadas pela defesa cega e ignorante (radicalismo religioso) por parte de alguns.

Os primeiros “membros”

Vamos dar um salto na História afinal, como mencionado anteriormente, não é do interesse deste estudo esmiuçar os fatos. Antes de Jesus voltar para o lado do Pai, após sua ressurreição, deixou uma promessa e uma instrução aos Seus discípulos: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lucas 24:49). O que se segue é conhecido: lá estão os discípulos reunidos em Jerusalém, conforme orientação do Senhor quando o Espírito Santo desceu sobre eles, manifestando-Se em forma de línguas de fogo (Atos 2). Pedro (a pequena pedra) se levanta e anuncia a Mensagem àqueles que estavam ao redor, assistindo toda aquela manifestação gloriosa. Resultado: quase três mil almas se rendem ao Senhor (Atos 2:41)! Qual o pastor que não gostaria de iniciar uma igreja assim? Mas é importante notar algumas peculiaridades no discurso de Pedro. Vamos falar sobre algumas deles logo mais adiante.

Uma pequena pausa para um comentário particular: sempre que leio os primeiros capítulos do livro de Atos eu choro. Choro e lamento. Meu coração é tomado de profunda tristeza ao ver como era a Igreja no princípio e olhar para os dias de hoje. Sou tomado de grande dor quando vejo pessoas usando o nome de Deus para se promover, ganhar dinheiro, pregando um evangelho podre, nojento, mentiroso (Gálatas 1:8).

Ah, se nós cristãos olhássemos um pouquinho para o passado, deixando de lado o orgulho, a competição, os interesses nas coisas deste mundo! Como tudo seria diferente. Quanta gente correndo atrás de profetas – eu mesmo já fui um destes – sendo que na Bíblia já existe tudo o que precisamos.

Por que, então, a Igreja foi constituída?

“E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.” – Atos 2:40
“E disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um de voz seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” – Atos 2:38
“E disse-lhes: ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” – Marcos 16:15

Muitos outros versículos poderiam ser usados, mas acredito que estes dão uma clara idéia do papel da Igreja sobre a Terra. Uma mensagem nos foi dada, um escape nos foi concedido, o preço já foi pago. O homem pode si só não tem a menor condição de se salvar. Pelas obras, para que o homem se glorie (Efésios 2:9)? De forma alguma, pois não teria céu suficiente para alguns. Por penitências também não (Efésio 2:8). Por merecimento? Impossível, pois o homem não passa de um miserável pecador (Romanos 3:23; Gálatas 3:10,13; Romanos 7:24). Algo precisava ser feito, e o foi. Fomos salvos, remidos, lavados. Mas agora cabe a nós anunciarmos esta virtude (1 Pedro 2:9).

No início deste tópico os dois primeiros versículos apresentados destacam as primeiras ações de Pedro após ser cheio do poder do Espírito Santo. Quanta ousadia, quanta intrepidez! Não era dele mesmo, mas vinha de Deus. Mas lá estava ele, disposto a ser usado, e a mensagem, a verdadeira Mensagem sendo pregada.

Acompanhamos não somente nos discursos de Pedro mas principalmente nas palavras de Jesus uma mensagem ora até dura contra o pecado, a vida desregrada e imunda. A mensagem de conversão, de nova vida. É esta a mensagem da Igreja, a noiva do Cordeiro. É esta a mensagem que o Senhor nos deixou. Algo como: “venha como está (arrebentando, imundo, ferido) e Eu te restaurarei, te limparei, te curarei”. Mas assim como aconteceu com aquele paralitico do tanque de Betesda (João 5) e com a adúltera a ponto de ser apedrejada (João 8), também ouço o Senhor a dizer: “Não peques mais!”.

Ou seja, o Senhor quer nos curar, libertar, renovar, limpar ou seja lá o que for que você precisa, mas Ele também quer santidade (Levítico 11:44,45; 1 Pedro 1:16), renúncia (1 João 2:15; Mateus 10:37) e compromisso (Mateus 6:33). E uma das maiores, senão a maior, instrução que o Senhor Jesus nos deixou foi justamente essa: anunciar o Evangelho (Marcos 16:15). Esta é, então, a missão ou papel da Igreja sobre a Terra. O temos sido fiéis?

Não faz parte desta missão, pelo menos não encontro embasamento bíblico, os mega-eventos, cruzadas, exibicionismos e demais que não conduzem a um caminho de santidade, que não conduzem à mensagem da Cruz. Não faz parte do papel da Igreja usar Deus como um mercador, um agiota ou um curandeiro. Não faz parte da missão da Igreja se preocupar com as coisas deste mundo, prometendo maravilhas, milagres, riquezas, poder e outros, que não a salvação em Cristo e uma vida de santidade e compromisso com Deus.

Creio sim em um Deus de milagres, que opera impossíveis entretanto acho contraditório, por exemplo, encontrar na Bíblia um Jesus que se irritou com os vendedores do templo (Marcos 11:15), que ensinava humildade (Marcos 18:4; Mateus 19:21 e outros), que foi humilde (Mateus 8:20; Mateus 11:29) enquanto hoje homens, em nome de Deus, pregam riqueza, luxuria, amor ao dinheiro, conquistas materiais e tantas outras aberrações. Seria esta, e não aquela, a verdadeira Igreja? Há fundamento bíblico para isso? Todas estas coisas que se comercializam por aí (não esqueça: todas essas promessas estão intimamente ligadas à sua fidelidade financeira – leia-se dízimos e ofertas) conduzem a uma vida com Deus? Os bens e valores deste mundo conduzem a salvação em Cristo?

Um outro evangelho – Gálatas 1:8

É certo que a Igreja tem vivido dias de mentira, engano e porque não dizer, prejuízo. Não prejuízo da Igreja, pois contra esta o Senhor mesmo disse que nem mesmo o inferno não prevalecerá (Mateus 16:18). Mas prejuízo da fé, da boa fama, dos fiéis de bom coração.

Paulo advertiu a igreja da Galácia que ainda que um anjo anunciasse outro evangelho, ou seja, um evangelho que não seja de salvação, de conversão, de mudança de vida, que aquela mensagem fosse maldita. E sua preocupação foi tão grande que ele repete isso na mesma carta, logo nas primeiras palavras (Gálatas 1:8-9). E hoje, qual evangelho tem sido pregado em nossas igrejas, nos grandes eventos, na televisão, no rádio? “Deus vai te abençoar com riquezas”, “Deus quer sarar sua vida”, “Deus vai quebrar as maldições que te atrapalham” e assim por diante. É isso que ouvimos, que vemos. Esta é nossa realidade, lamentavelmente.
Repito: Deus pode sim curar, sarar, limpar, dar riquezas enfim, Deus é soberano e onipotente. Tudo Lhe é possível (Mateus 19:26; Marcos 10:27; Lucas 1:37). Mas não é este Seu propósito final para o homem. O Senhor que nos salvar e assim nos conceder uma vida de integra comunhão e santidade, diante de Sua presença. Esta vida é apenas uma passagem para algo infinitamente melhor que o Senhor nos tem preparado. Mas temos falhado...

Seja pregando, aceitando ou compactuando com as mentiras que se insiste tanto em chamar de evangelho. Não há salvação, não há conversões, não há mudança de vida. Nem de longe se enxerga a cruz, o sangue derramado, a dor, o sofrimento. O túmulo vazio... Não se enxerga porque eles não querem. Preferem as coisas deste mundo, os valores desta terra. O prêmio final, a vocação real, o chamado divino ficam para traz, como que sem valor, como que simplesmente uma fábula, um conto de carochinha.

A qual Igreja você pertence?

A Igreja, aquela que o Senhor constituiu derramando Seu próprio sangue, pagando alto preço é formada por aqueles que aceitam um viver santo fazendo-se inimigos do mundo e seus valores (Tiago 4:4), nos moldes do Senhor, sonhando e desejando o grande e glorioso dia em que finalmente nosso Senhor e Salvador virá nos buscar para uma eternidade junto do Pai.

Já a igreja constitui-se daqueles que querem uma vida sem compromisso, que só conhecem os milagres de Deus, mas nunca terão um compromisso com o Deus dos milagres, amando mais a vida neste mundo, não se preocupando com o amanhã, com a salvação de sua alma (afinal, estão mais preocupados em aproveitar as delícias deste mundo).

A qual delas você pertence?

Danilo Miguel

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