19 agosto 2009

Até que ponto gostamos de ser enganados?

Não se preocupe, eu não vou fazer um ensaio psicológico abordando temas e detalhes técnicos sobre o assunto. Definitivamente! Não estou habilitado para isso. Ademais, acredito que já temos material suficiente para afirmar, categoricamente, que o homem é um ser que gosta de ser enganado.

Não é de hoje, começou lá no Éden, em uma conversinha de Eva com uma serpente - imagina se conversar com uma serpente ia dar coisa boa! Se estudarmos a História como um todo, tanto a narrativa bíblica quanto os documentos extrabíblicos veremos essa realidade (também não vou entrar no assunto História. Nunca fui bom nisso no colégio, na realidade eu geralmente dormia nas aulas). Olhe para o hoje, para o agora, o presente. Veja quantos são os exemplos do homem sendo enganado e gostando disso, ou pelo menos fingindo que não o foi. Quantas vezes você foi ao shopping, mercado, restaurante ou seja lá onde for e pagou sua conta, em dinheiro, e ficaram te devendo um ou dois centavos e você fez de conta que não viu? Tá vendo, até você (e eu, claro!) gosta de ser enganado!

Se você ligar no noticiário da TV ou navegar em qualquer site de noticias aqui mesmo na Internet verá que estamos novamente vivendo uma guerra entre gigantes: de um lado todo o império da maior massa de comunicação do País e de outro um homem de deus e sua trupe, ou seja, estamos vivendo e fazendo História! Não quero, e não vou, defender aqui A ou B. Não é esse o objetivo deste artigo, mas como você já sabe vou falar do povo que é enganado.

Todo mundo sabe - a menos que nas últimas décadas você esteve morando em Marte - que há indícios de que a Record foi comprada com dinheiro de fieis seguidores do bispo Macedo (ele deve estar mal, ainda não foi aceito como apóstolo!). Isso não sou eu quem diz, é nada menos que o Ministério Público. Vamos aos fatos! Quando você entrega na sua igreja, seja ela qual for, sua oferta ou seu dízimo o faz, primeiramente, na intenção de reconhecer que tudo o que você tem veio de Deus, ou seja, seria sua forma concreta de expressar sua gratidão para com Deus. Depois você o faz porque sabe das necessidades da igreja local: aluguel (ou construção) do templo, água, energia elétrica, manutenção do pastor - quando este recebe da igreja), etc, etc, etc... O banco que você senta, o som que você ouve, as paredes que te acolhem, os instrumentos dos músicos, nada disso caiu do céu. Vai dizer que não sabia?

Enfim, esse deveria ser o destino, a aplicação correta do dinheiro colhido em qualquer igreja, seja ela pequena ou mega, "rica" ou "pobre". Mas, como nem tudo é perfeito e temos acompanhado isso, o pessoal anda utilizando para outras finalidades, como a citada acima por exemplo. E o povo, mesmo sabendo de todas essas maracutaias de seus líderes, continuar a seguí-los, a entregar seu suado salário ou outros valores e bens como se nada tivesse acontecido, como se tudo isso não passasse de uma mera perseguição. Quer exemplo maior de que o homem gosta - e quer - ser enganado?

Em um outro caso, um casal que tentou entrar nos EUA com dinheiro ilegal, não declarado, dentro de uma Bíblia (isso o tornaria santo?) foi preso e o povo continua a adorá-los como se aquilo fosse algo mais normal do mundo, como respirar ou tomar um copo de água. Tem alguns até tatuando em seus corpos "Morrer até renascer". Não, ops! Eu acho que é "Renascer até morrer". Bom, na realidade não faz diferença pois isso não deixa de ser uma forma de idolatria. Eu pergunto: o que torna esse casal menos criminoso que um cidadão que mata ou rouba por prazer? Infringiu a Lei, é criminoso! Eu fico imaginando: se meu líder é capaz de fazer uma coisa dessas, do que mais ele seria capaz?

Estes são apenas alguns casos dentro da nossa realidade. Hoje em dia basta apenas um cidadão oferecer - ou mentir - um pouco mais e lá está uma grande quantidade de pessoas o seguindo, o defendendo e o adorando. Não se racionia mais, não se analisa, não se estuda. Tudo é aceito como vem, de onde vem. E tudo vai bem, até mesmo quando estamos sendo enganados, quando somos feito de otários. Afinal, gostamos disso e até defendemos nossos enganadores. Pra que se preocupar?

O estado letárgico que a igreja se encontra, deixando se dominar pelo inimigo tem permitido que verdadeiras aberrações aconteçam em nosso meio. E lá vai o povão ser enganado cada vez mais e mais. Ao final das contas, quando a coisa aperta de vez, a resposta não é nada menos que algo semelhante aquilo que nosso estimado presidente da República andou proferindo diante de alguns fatos passados: "Eu não sabia de nada". Como se isso nos isentasse de termos sido enganados.

* deus neste texto foi tratado como deus (com "d" minúsculo) porque acredito que o cidadão em questão não seja um homem ungido pelo Deus Eterno, quiçá pelo "deus" deste século que atende pelo nome de Mamom.

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